pediu-me então que descalçasse os olhos e, como quem espera alguma coisa, pôs-se a cambalear o corpo para a frente e para trás. não consegui esquecer-me desta imagem, do seu semblante póstumo, o seu perfil a desfocar-se perante a nitidez do meu silêncio. acreditei que fosse um anjo, talhado a ouro, sobre o altar posto, à espera que um qualquer a viesse cobiçar e lhe roubasse também com os olhos, o que eu lhe roubava agora, a juventude. parecia-se com alguém que eu já vira, anos atrás, creio, recordo agora, a face destituída de expressões, história acabada de que